Para o eu amigo Teddy
Meu amigo nasceu após o acolhimento de sua mãe abandonada, em uma noite fria de
agosto há 14 anos, ele foi o primeiro a nascer entre quatro irmãos. Ele cresceu com suas
irmãs Azuki e Myoschy, pois seu irmão Bean foi adotado por outra família. Anos mais
tarde , perdemos a Azuki de forma repentina. Ele a Myoschy se recusavam a comer até
o terceiro prato estar servido. Quando a Myoschy virou estrelinha, também de forma
inesperada, ele precisou de ajuda e medicação, foi bem difícil — eles têm sentimentos.
O Teddy era extremamente dócil, e de uma carência infinita. Pulava a frente dos seus
irmãos para receber carinho. Eu só o vi reagindo uma única vez com mordida — era
uma disputa por pelúcia. Comeu casinhas, roupas dele e das irmãs, chinelos, guias e
pratos — era um cão raiz e batalhador. Ah, sim, comeu muitas pelúcias até se apaixonar
pelo Tigrinho que ficou com ele até o fim. Era a sua segurança. Derrubou-me algumas
vezes, e na queda mais engraçada me fez pino de boliche. Ele gostava de pizza e pão
quentinho. Nascido em uma casa, ele se “aposentou” em um apto, mas nunca se
acostumou com a cidade grande — era garoto do interior. Em certa ocasião fugiu e
voltou para o apto comigo correndo atrás, não sei como não fomos atropelados. O
passeio para ele não era divertido, quando eu entendi, eu respeitei. Gostava de estar na
sua cama, comigo sentada no sofá — assim, dormia profundamente. Passei por muitas
coisas difíceis, mudei de cidade, de endereço algumas vezes… ele foi o único abraço
constante. Eu fui a melhor tutora que eu consegui ser, peço perdão onde falhei — e te
agradeço por tudo.
Te amo, Teddy.
Porto Alegre RS